quinta-feira, 9 de abril de 2009

A língua Aramaica e suas classificações - Parte 2

A língua Aramaica e suas classificações
Por Efrem Yildiz, Ph.D. – traduzido e adaptado por Nyudraá


Continuação Segunda Parte.

No primeiro esquema do ramo liguistico semita, as inscrições de Aramaico Antigo ao Paleo-Aramaico até ao Aramaico Oficial. Nestes textos, o idioma aramaico apresenta distintos elementos peculiares que realçam o fenômeno dialético de acordo com as suas localizações geográficas. Ou seja, durante esta fase do Aramaico Antigo, havia vários dialetos que mais tarde tornou-se o Aramaico oficial.
11 Desta forma, pode-se dizer que existia uma série de dialetos, evidenciado pelas antigas inscrições aramaicas. Estes dialetos tornaram-se unificados a partir do final do século 8. A.C. Houve discordância entre os peritos, quando a classificação atribuída a diferentes dialetos do Aramaico Antigo.
Degen exclui o dialeto Sam'al do Aramaico Antigo e ao mesmo tempo Segert Dion 12
incluí-o. O mesmo problema ocorreu com relação aos dois textos de Deir 'Alla.
13 Os últimos avanços da investigação científica nesta área mostraram que havia motivos óbvios para incluir estas duas inscrições no grupo do Aramaico Antigo.
O principal argumento sobre a falta de uniformidade na primeira fase do idioma Aramaico no contexto mais vasto da paleografia e a maioria das inscrições isoglosas destas com o resto dos dialetos aramaicos deste período.
14 As inscrições que chegaram nos permitiram que estes dialetos fossem classificados em quatro grupos:
4.1.1. O Grupo Central
15
(1) A estela de Zakkur foi descoberta em AFIS em 1903, 45 km a sudeste de Alepo, no território do antigo reino de Hamat, e foi publicada pelo Pongon em 1907.
16 (2) A estela de Sefire (= SEF.) 1-3, encontrada em uma localidade situada 25 quilômetros ao sul-leste de Alepo - um território que fazia parte da antiga Aramea do reino de Arpad - foram publicados em fases distintas.
17 (3) A Gravura de Hamat, foram descobertas pela expedição dinamarquesa e publicado pela
Ingholt.
18
(4) A estela do Bar Hadad 19 descobertos em 1939 no Bredch, a 7 km a norte de Alepo. O seu deteriorado estado de conservação, torna sua leitura dificil.
20 Os atributos de Bar-Hadade, reconhecido na inscrição, como Ben-Hadade de Damasco. Peuch as datou para o final do século 9. a.C.
21 (5) As inscrições do Booty de Hazael 22 foi descoberto em Arslan Tash, perto Edessa, antiga Hadattu, em 1928. As dificuldades na leitura que 23 Foram esclarecidas principalmente por outra inscrição de Hazael encontrada em Samos.
24 Autores datam geralmente estas duas inscrições para o 9 º século aC (6) Uma breve
inscrição vem de Tel Dan, 25 encontrada em 1960, e outra em Ein GeV, 26 descoberto em 1961, data a partir da primeira metade do século 9 a.c. (7) A estela de Tel Dan, um lugar conhecido como Tell el-Qadi, foi descoberto e publicado em 1993.
27 Esta estela parece pertencer ao século 9 a.c e fala de uma batalha entre um Arameu e um rei de Israel.
4.1.2. O Grupo Oriental Encontrado na Síria
A expedição alemã encontrada em Tell Halaf, em 1931, inscrito em um pedestal em Aramaico,
28 foi publicado em 1940.
29 Esta inscrição pode ser considerada uma das mais antigas (início do 9º século aC), entre os textos encontrados até à data.
Os estudos mais recentes mostram que é um pedestal de uma estátua.
30 Com o caos do Mundo, II Guerra, o pedestal desaparecereu do museu de Berlim. Graças a
algumas fotografias antigas da mesma, o conteúdo da inscrição ter sido decifrado.
Na primeira tentativa de decifrar as inscrições, que estavam a mostra, que era a base de um pequeno altar.
Outra indicação, que foi encontrado perto do local Diga Halaf, é sobre a estátua encontrada em Tell Fekherye, em 1979, com uma dupla inscrição em Aramaico Assírio e Aramaico Antigo, é muito provavelmente a partir de datas entre os 9º/8º. século aC, 31 que foi publicado em 1982.
32 O texto bilíngüe tem um duplo votivo
inscrição dedicada a Hadad conceding prosperidade ao governador-rei Hadadyit'i e o seu reino.
33 4.1.3. As inscrições de Zincirli
Os textos de Zincirli adquiriu o nome do antigo dialeto Aramaico o Samlian no território em que foram encontrados, este território era conhecido como o antigo reino de Sam'al que foi localizado no sul da Turquia, na fronteira com a Síria. O local onde estas inscrições foram encontrados hoje é chamado Zincirli, e foi descoberto pela expedição alemão entre 1888 e 1902.
34 Para este grupo de aramaico antigo pertence a segunda inscrição de Kilamu
35 que remonta ao final do século 9 a.C. e dedica-se Hadad 36 e Panammu. 37
4.1.4. As inscrições de Deir 'Alla
Estes textos Aramaico da Transjordania, o antigo nome para Jordão, foram descoberto em 1967, por Franken e Publicado por Hoftijer e Van der Kooij em 1976.
38 As obras de Caquot e Lemaire 39 contribuído muito para a leitura e interpretação destes dois textos. Além destes autores, é útil para incluir o trabalho de Wiepert 40 sobre o primeiro texto e à interpretação de Lipinski.
41 Com referência a sua tada, que parecem ser de cerca de 800 a.C

4.2. Aramaico Oficial
Temos acima mencionado que, devido as deportações maciças da população falante de Aramaico, a sua absorção para o Neo-Império Assírio, e sua inclusão na maior unidade política e administrativa, e seus diferentes dialetos foram unificados em uma linguagem comum. Desta forma, aramaico se tornou cada vez mais importante, finalmente, que institui-se como o principal meio de comunicação, tanto pelo administrativo e a um nível internacional. É neste período que os dialetos Aramaicos se fundiram numa amálgama, produzindo um novo Aramaico Oficial. Enquanto o Aramaico Oficial substituía o Aramaico Antigo, também introduziram algumas modificações. Este Aramaico durou como língua oficial no comercio e literatura até o império Persa (331 a.C) até o 4º século d.C, quando foi substituído, como língua franca do Oriente Médio, pelo grego.
A invasão grega inaugurou um longo processo de substituição que começou na Síria e Mesopotâmia, no século 4. a.C. e no Egito e no Norte, na Palestina, no século 3. a.C.
Em outras regiões como a Judéia, Palmyra, Babilônia e no norte da Arábia, o grego não conseguiu impor-se por causa da resistência enérgica da independência nacional contra o Seleucidas e os Romanos, fundamentalmente, a sua autonomia cultural foi importante como um tampão para Helenismo.

Contínua...

Notas de rodapé
9 DEGEN R., Altaramäische Grammatik der Inschriften des 10.-8. Jh v. Chr., Wiesbaden 1969, (reprinted in 1978); BEYER K., The Aramaic Language. Its Distribution and Subdivisions, Göttingen 1986, p. 11, speaks of the appeared written 11th century BC.: "Ancient Aramaic in written form appeared in the 11th cent. BC. as the official language of the first Aramaen states".
10 Cf. SEGERT S., Altaramäische Grammatik, Leipzig 1975; MARTINEZ B.E., Gramática del Arameo Antiguo, Barcelona 1996, p. 9.
11 With deportation of Arameans to Assyria under the Assyrian dominations the Aramaic language quickly became the principal vehicle of communication imposing itself on the vernacular tongue. Cf. YILDIZ E., 'The Assyrians a Historical and Current Reality', p.
20; HUG, V., Altaramäische Grammatik der Texte des 7. und 6. Jahrhunderts v. Chr., Heidelberg 1993, p. 20s.
12 Cf. DION, P.E., La langue de Ya’udi. Description et classement de l’ancien parler de Zincirli dans le cadre des langues sémitques de nord-ouest, Waterloo 1974, p. 323ss.
13 CAQUOT A. – LEMAIRE A., 'Les textes araméennes de Deir’Alla', in Syria 54 (1977) 189-208; WEIPERT M., 'The Balaam Texts from Deir ‘Alla and the Study of the Old Testament', in HOFTIJZER J. - VAN DER KOIJ G., (eds.), The Balaaam Text from Deir ‘Alla Re-evaluated, pp. 153-158.

14 Cf. McCARTER P.K., 'The Dialect of the Deir ‘Alla Texts', pp. 87-99 PRADEE D., 'The linguistic Classification of the Deir ‘Alla Text Written on Plaster', (HOFTIJZER J. - VAN DER KOIJ G., eds.), pp. 100-105; LIPINSKI E., Studies in Aramaic Inscriptions and Onomastics II, (Orientalia Louvaniensia Analecta 57), Louvain 1994, pp. 168ss; MARTINEZ B.E., La Gramática del Arameo Antiguo, p. 9.
15 The following list of inscriptions is classified according to the date of their discovery or publication.
16 PONGON H., Inscriptions sémitiques de la Syrie, de la Mésopotamie et de la région de Mossoul, Paris 1907-1908; cf DONNER H. – RÖLLIG W., Kananäische und aramäische Inschriften, I-III, (= KAI), Wiesbaden 1964-1966, num. 202; GIBSON J.C.L., Textbook of Syrian Semitic Inscriptions II, (= TSSI) Oxford 1975, num. 5. It is a votive and commemorative stele which dates back to 800 BC..
17 RONZEVALLE S., 'Fragments d’inscriptions araméennes des environs d’Alep', (=Sef 1) in Mélanges de l’Université Saint-Joseph 15 (1930-1931) 237-260; ID., 'Une inscription araméenne inédite de Sfiré' (ed. of Sef 3) in Bulletin du Musée de Beyrouth 13 (1956) 23-41; the ed. of Sef 1 y Sef 2 was done by DUPONT-SOMMER A., Les inscriptions araméennes de Sfireé (Stèles 1 et II), Paris 1958; cf. DONNER H. –
RÖLLIG W., KAI nums. 222-224; GIBSON J.C.L., TSSI II num. 7-9 who only deals with Sef 1 A and C; Sef 2 C; Sef 3. It is highly probable they date from the mid 8th Century BC. and are steles which transmit juridical treaties between the Kingdom of Arpad and other Kingdoms which are principally Aramean.
18 INGHOLT H., Rapport préliminaire sur sept campagnes de fouilles à Hamat en Syrie (1932-1938), Copenague 1940, pp. 115-117, Cf. DONNER H. – RÖLLIG W., KAI nums. 203-213; GIBSON J.C.L., TSSI II num 6. They contain titles of some important persons and they date between 9th and 8th centuries BC..
19 Cf. DONNER H. – RÖLLIG W., KAI num. 201; GIBSON J.C.L., TSSI II num. 1
20 ALBRIGHT W.F., 'A Votive Stele Erected by Ben-Hadad I of Damascus to the God Melcarth', in Bulletin of the American Schools of Oriental Research 37 (1942) 23-29.
21 PEUCH É., 'La stèle de Bar-Hadad à Melqart et les rois d’Arpad', in Revue Biblique 99 (1992) 311-334, here p. 332.
22 Cf. DONNER H. – RÖLLIG W., KAI num. 232; GIBSON J.C.L., TSSI II num. 2.
23 Cf. PUECH É., 'L’ivoire inscrit d’Aslan Tash et les rois de Damas', in Revue Biblique 88 (1981) 544-562. The interpretation, which this author makes differentiates from that made by GIBSON in TSSI II, p. 4s
24 Cf. EPH’AL I. – NAVEH J., 'Hazael’s Booty Inscriptions', in Israel Exploration Journal 39 (1989) 192-200; BRON F. y LEMAIRE A., 'Les inscriptions araméennes de Hazaël', in Revue d’Assyriologie et d’Archéologie Oriental 83 (1989) 35-44.
25 AVIGAD N., 'An Inscribed Bowl from Dan', in Palestine Exploration Quarterly 100 (1968) 42-44.
26 MAZAR B., '‘ein Gev. Excavations in 1961', in Israel Exploration Journal 14 (1964) 27-29.
27 Cf. BIRAN A. – NAVEH J., 'An Aramaic Stele Fragment from Tel Dan', in Israel Exploration Journal 43 (1993) 81-98; also LIPINSKI E., Studies in Aramaic Inscriptions and Onomastics II, pp. 83-101.
28 Cf. DONNER H. – RÖLLIG W., KAI num. 231; GIBSON J.C.L., TSSI II num. 10.
29 FRIEDRICH J., Die Inschriften von Tell Halaf, in Archiv für Orientforschung (=AFO), Beiheft 6, Berlin 1940, p. 69f.

30 Cf. DANKWARTH G. – MÜLLER Ch., Zur altaramäischen “Altar”-Inschrift von Tell Halaf, in AFO 35 (1988) 73-78; also LIPINSKI E., Studies in Aramaic Inscriptions and Onomastics II, pp. 15-18.
31 LIPINSKI E., Studies in Aramaic Inscriptions and Onomastics II, pp. 21-30.
32 ABOU-ASSAF A. – BORDREUIL P.- MILLARD A.R., La statue de Tell Fekherye et son inscription bilingüe assyro-araméenne, Paris 1982.
33 Cf. MARTÍNEZ B.E., Gramática del Arameo Antiguo, p. 13.
34 VON LUSCHAN F., Ausgrabungen in Sendschirli I-V, Berlin 1893-1943.
35 Cf. DONNER H. – RÖLLIG W., KAI num. 25. In spite of the fact that some authors consider it Phoenician the more representative experts include it in the Samalian group. The most important contribution is that of DUPONT-SOMMER A., Un inscription nouvelle du roi Kilamou et le dieu Rekoub-el in Revue de l’Histoire des Religions 133 (1947/48) 19-33; DION P.E. La Langue de Ya’udi, p. 16; TROPPER J., Die Inschriften von Zencirli (Abhandlungen zur Literatur Alt-Syrien-Palästinas, Band 6), München 1993, p. 50.
36 Cf. IBIDEM, KAI num. 214; GIBSON J.C.L., TSSI II num.13. This statue found in 1890, with an inscription dedicated to the god Hadad has been raised in the first half of 8th century BC. it was published for the first time by VON LUSCHAN F. – SACHAU E., Ausgrabungen in Sendschirli I, Berlin 1893.

37 Cf. DONNER H. – RÖLLIG W., KAI num. 215; GIBSON J.C.L., TSSI II num. 14. This inscription dates from the second half of the 8th century BC. and although it was found in the cemetery of Tahtale Pinar, the Experts think that it comes from the province of Gercin, some 7km from Zincirli.
38 HOFTIJZER J. – VAN DER KOOIJ G., Aramaic Texts from Deir’Alla, Leiden 1976.
39 CAQUOT A. – LEMAIRE A., 'Les textes araméennes de Deir’Alla', in Syria 54 (1977) 189-208.
40 WEIPERT M., The Balaam Texts from Deir ‘Alla and the Study of the Old Testament, (ed. HOFTIJZER J. – VAN DER KOOIJ G.), Leiden 1991, pp. 153-158.
41 LIPINSKI E., Studies in Aramaic Inscriptions and Onomastics II, pp. 103f.

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