Aramaico Médio
O século III d.C é tido como o limiar entre o Aramaico Antigo e o Médio. Durante aquele século, a natureza das várias línguas aramaicas começaram a mudar. As descendentes do Aramaico Imperial deixaram de existir como línguas vivas e as línguas regionais do leste e oeste começaram a formar literaturas novas e vitais. Diferente de muitos dos dialetos do Antigo Aramaico, muito se sabe do vocabulário e gramática do Aramaico Médio.
Aramaico Médio Oriental
Somente dois dos idiomas do Aramaico Oriental Antigo continuaram nesse período. No norte da região, o Antigo Siríaco evoluiu para o Siríaco Médio. No sul, o Velho Judeu Babilônico se tornou o Judeu Babilônico Médio. O dialeto pós-Aquemênido, Arsácido, se tornou o fundo da nova língua Mandaica.
Siríaco Médio
Manuscrito do séc. IX escrito no alfabeto siríaco Estrangela, da Homilia sobre o Evangelho de João de John Chrysostoma
O Siríaco Médio é, até hoje, a linguagem clássica, literária e litúrgica dos Cristãos Siríacos. Sua época de ouro foi do séc. IV ao séc. VI. Esse período começou com a tradução da Bíblia nessa língua: a Pechita e a prosa e poema de mestre de Éfrem, o Sírio. O Siríaco Médio, diferentemente de seu ancestral, é uma língua completamente Cristã, embora no tempo ela tenha se tornado a língua daqueles que se opuseram à liderança Bizantina da Igreja no leste. A atividade missionária levou a espalhar o Siríaco pela Pérsia, até a Índia e China.
O Aramaico Médio Judeu Babilônico
O Médio Judeu Babilônico é a língua do Talmud Babilônico (que foi completado no século 7). Apesar de ser a principal língua do Talmud, em seu conjunto, vários trabalhos em Hebraico (reconstruído) e dialetos mais antigos de Aramaico são cuidadosamente dispostos. O Médio Judeu Babilônico é também a língua por trás do sistema Babilônico de apontamento (marcando as vogais em um texto que seria primordialmente feito somente com consoantes) da Bíblia Hebraica e o seu Targum.
Mandaico
O mandaico é um dialeto muito próximo do aramaico judeo-babilônico,embora linguisticamente e culturalmente diferente. O mandaico clássico é a língua no qual a literatura religiosa dos mandeus foi composta. Caracteriza-se por uma ortografia altamente fonética.
Aramaico do Oriente Médio
Os dialetos do Aramaico do Velho Ocidente continuaram com o dialeto Judeu da Média Palestina (em Hebreu, alfabeto Hebreu do script quadrado), o dialeto Aramaico Samaritano (no alfabeto Fenício, script Hebreu velho) e o dialeto Cristão Palestino (em Siríaco cursivo, alfabeto de script Siríaco). Destes três, somente o dialeto Judeu da Média Palestina continuou como uma língua escrita.
Aramaico Judeo-Palestino Médio
Em 135, depois da revolta de Bar Kokhba, vários líderes judeus, expulsos de Jerusalém, se mudaram para a Galiléia. O dialeto galileano então saiu da obscuridade para se tornar o padrão entre judeus no ocidente. Este dialeto era falado não somente na Galiléia, mas também nos arredores. Constituiu o pano de fundo lingüístico para o Talmude de Jerusalém (completado no século V), do targumim palestino (versões em aramaico das escrituras judaicas) e do midrashim (comentários e ensinamentos bíblicos). O padrão moderno para a pontuação de vogais na Bíblia Hebraica, o sistema Tiberiano do século VII, foi desenvolvido a partir do dialeto Galileano do aramaico judeo-palestino médio. A vocalização do hebraico clássico, portanto, ao representar o hebraico deste período, provavelmente reflete a pronúncia contemporânea deste dialeto aramaico.
O judeiano médio, descendente do judeiano antigo, não é mais o dialeto dominante e foi usado apenas na Judéia do Sul (o dialeto engedi, continuou por todo este período). Da mesma forma, o jordaniano médio-oriental continuou como um dialeto menor do velho jordaniano oriental. As inscrições na sinagoga em Dura-Europos estão tanto em jordaniano médio-oriental quanto em judeano médio.
Aramaico Samaritano
O dialeto aramaico da comunidade dos samaritanos foi comprovado anteriormente por uma tradição documentária que pode ser datada do século IV. Sua pronuncia moderna é baseada na forma usada no século X.
Aramaico Cristão-Palestino
A língua dos cristãos que falavam o aramaico do ocidente é evidenciada como sendo do século VI, mas provavelmente existia desde dois séculos mais cedo. A língua por si vem do velho palestino cristão, mas suas convenções de escrita foram baseadas no antigo siríaco médio e foi fortemenente influenciada pelo grego. O nome Jesus, apesar de Yešû` em aramaico, é escrito Yesûs no palestino cristão.
Aramaico Moderno
Mais de quatrocentas mil pessoas falam algum dialeto do aramaico moderno (ou neo-aramaico) hoje em dia como língua nativa. São judeus, cristãos, muçulmanos e mandeanos, vivendo em áreas remotas e preservando suas tradições com impressos e agora com mídia eletrônica. As línguas neo-aramaicas estão agora mais distantes em termos de compreensão entre si do que já estiveram antes. Os últimos duzentos anos não foram bons para os falantes do Aramaico; a instabilidade no Oriente Médio levou a uma diáspora mundial de falantes de aramaico. O ano de 1915 é especialmente relevante para os cristãos que falavam aramaico: chamado de Sayfo ou Shaypā (a espada em siríaco), todos os grupos cristãos do leste da Turquia (assírios, armênios e outros) foram submetidos ao genocídio que marcou o fim do Império Otomano. Para os judeus que falavam aramaico, 1950 é um ano da mudança: a fundação do Estado de Israel e a consequente expulsão dos judeus dos países árabes, como o Iraque, levou a maioria dos judeus que falavam aramaico a migrar para lá. Contudo, a mudança para Israel levou o neo-aramaico judeu a ser substituído pelo hebraico moderno entre os filhos dos imigrantes. Na prática, a extinção de muitos dialetos judeus parece iminente.
Aramaico Moderno Oriental
O aramaico moderno oriental existe em uma ampla variedade de dialetos e línguas. Há uma diferença significante entre o aramaico falado por judeus, cristãos e mandeanos.
As línguas cristãs são chamadas frequentemente de siríaco moderno (ou neo-siríaco, especialmente no que se refere à sua literatura), sendo fortemente influenciado pela língua literária e litúrgica do siríaco médio. Entretanto, elas têm suas raízes em diversos dialetos aramaicos locais, que não foram escritos, e não são exclusivamente as descendentes diretas da língua de Efraim o Sírio.
O siríaco ocidental moderno (também chamado de neo-aramaico, estando entre o neo-aramaico ocidental e o neo-siríaco oriental) é representado geralmente pelo idioma turoyo, a língua de Tur Abdin. Um idioma aparentado, Mlahsô se extinguiu recentemente.
As línguas orientais cristãs (siríaco moderno oriental ou neo-aramaico oriental) são chamadas frequentemente de Sureth ou Suret, a partir de um nome nativo. São também chamadas às vezes de assírias ou caldéias, porém estes nomes não são aceitos por todos os nativos. Os dialetos não são todos mutuamente inteligíveis. As comunidades siríacos orientais geralmente são membros ou da Igreja Católica Caldéia ou da Igreja Assíria do Oriente.
As línguas judeo-aramaicas modernas são faladas principalmente em Israel hoje em dia, e a maioria delas estão entrando em extinção (os falantes mais antigos não estão passando a língua às gerações mais jovens). Os dialetos judeus que vieram de comunidades que viviam entre o lago Urmia e Mosul não são todos inteligíveis entre si. Em alguns lugares, como Urmia, cristãos e judeus falam dialetos incompreensíveis entre si do aramaico moderno oriental, embora habitem os mesmos lugares. Em outros, como nas planícies próximas a Mosul, por exemplo, os dialetos das duas comunidades são similares o bastante para permitir a interação.
Alguns poucos mandeanos que vivem na província do Khuzistão, no Irã, falam o mandaico moderno. É bem diferente de qualquer outro dialeto aramaico.
Aramaico Ocidental Moderno
Resta muito pouco do aramaico ocidental. Ele ainda é falado na vila cristã de Maalula, na Síria, e na vilas muçulmanas de Baca e Jubadin, no lado sírio do Anti-Líbano, assim como por algumas pessoas que migraram destas vilas para Damasco e outras grandes cidades da Síria. Todos os falantes de aramaico ocidental moderno são fluentes em árabe, que já se tornou o principal idioma nestas vilas.
Aramaico Médio Oriental
Somente dois dos idiomas do Aramaico Oriental Antigo continuaram nesse período. No norte da região, o Antigo Siríaco evoluiu para o Siríaco Médio. No sul, o Velho Judeu Babilônico se tornou o Judeu Babilônico Médio. O dialeto pós-Aquemênido, Arsácido, se tornou o fundo da nova língua Mandaica.
Siríaco Médio
Manuscrito do séc. IX escrito no alfabeto siríaco Estrangela, da Homilia sobre o Evangelho de João de John Chrysostoma
O Siríaco Médio é, até hoje, a linguagem clássica, literária e litúrgica dos Cristãos Siríacos. Sua época de ouro foi do séc. IV ao séc. VI. Esse período começou com a tradução da Bíblia nessa língua: a Pechita e a prosa e poema de mestre de Éfrem, o Sírio. O Siríaco Médio, diferentemente de seu ancestral, é uma língua completamente Cristã, embora no tempo ela tenha se tornado a língua daqueles que se opuseram à liderança Bizantina da Igreja no leste. A atividade missionária levou a espalhar o Siríaco pela Pérsia, até a Índia e China.
O Aramaico Médio Judeu Babilônico
O Médio Judeu Babilônico é a língua do Talmud Babilônico (que foi completado no século 7). Apesar de ser a principal língua do Talmud, em seu conjunto, vários trabalhos em Hebraico (reconstruído) e dialetos mais antigos de Aramaico são cuidadosamente dispostos. O Médio Judeu Babilônico é também a língua por trás do sistema Babilônico de apontamento (marcando as vogais em um texto que seria primordialmente feito somente com consoantes) da Bíblia Hebraica e o seu Targum.
Mandaico
O mandaico é um dialeto muito próximo do aramaico judeo-babilônico,embora linguisticamente e culturalmente diferente. O mandaico clássico é a língua no qual a literatura religiosa dos mandeus foi composta. Caracteriza-se por uma ortografia altamente fonética.
Aramaico do Oriente Médio
Os dialetos do Aramaico do Velho Ocidente continuaram com o dialeto Judeu da Média Palestina (em Hebreu, alfabeto Hebreu do script quadrado), o dialeto Aramaico Samaritano (no alfabeto Fenício, script Hebreu velho) e o dialeto Cristão Palestino (em Siríaco cursivo, alfabeto de script Siríaco). Destes três, somente o dialeto Judeu da Média Palestina continuou como uma língua escrita.
Aramaico Judeo-Palestino Médio
Em 135, depois da revolta de Bar Kokhba, vários líderes judeus, expulsos de Jerusalém, se mudaram para a Galiléia. O dialeto galileano então saiu da obscuridade para se tornar o padrão entre judeus no ocidente. Este dialeto era falado não somente na Galiléia, mas também nos arredores. Constituiu o pano de fundo lingüístico para o Talmude de Jerusalém (completado no século V), do targumim palestino (versões em aramaico das escrituras judaicas) e do midrashim (comentários e ensinamentos bíblicos). O padrão moderno para a pontuação de vogais na Bíblia Hebraica, o sistema Tiberiano do século VII, foi desenvolvido a partir do dialeto Galileano do aramaico judeo-palestino médio. A vocalização do hebraico clássico, portanto, ao representar o hebraico deste período, provavelmente reflete a pronúncia contemporânea deste dialeto aramaico.
O judeiano médio, descendente do judeiano antigo, não é mais o dialeto dominante e foi usado apenas na Judéia do Sul (o dialeto engedi, continuou por todo este período). Da mesma forma, o jordaniano médio-oriental continuou como um dialeto menor do velho jordaniano oriental. As inscrições na sinagoga em Dura-Europos estão tanto em jordaniano médio-oriental quanto em judeano médio.
Aramaico Samaritano
O dialeto aramaico da comunidade dos samaritanos foi comprovado anteriormente por uma tradição documentária que pode ser datada do século IV. Sua pronuncia moderna é baseada na forma usada no século X.
Aramaico Cristão-Palestino
A língua dos cristãos que falavam o aramaico do ocidente é evidenciada como sendo do século VI, mas provavelmente existia desde dois séculos mais cedo. A língua por si vem do velho palestino cristão, mas suas convenções de escrita foram baseadas no antigo siríaco médio e foi fortemenente influenciada pelo grego. O nome Jesus, apesar de Yešû` em aramaico, é escrito Yesûs no palestino cristão.
Aramaico Moderno
Mais de quatrocentas mil pessoas falam algum dialeto do aramaico moderno (ou neo-aramaico) hoje em dia como língua nativa. São judeus, cristãos, muçulmanos e mandeanos, vivendo em áreas remotas e preservando suas tradições com impressos e agora com mídia eletrônica. As línguas neo-aramaicas estão agora mais distantes em termos de compreensão entre si do que já estiveram antes. Os últimos duzentos anos não foram bons para os falantes do Aramaico; a instabilidade no Oriente Médio levou a uma diáspora mundial de falantes de aramaico. O ano de 1915 é especialmente relevante para os cristãos que falavam aramaico: chamado de Sayfo ou Shaypā (a espada em siríaco), todos os grupos cristãos do leste da Turquia (assírios, armênios e outros) foram submetidos ao genocídio que marcou o fim do Império Otomano. Para os judeus que falavam aramaico, 1950 é um ano da mudança: a fundação do Estado de Israel e a consequente expulsão dos judeus dos países árabes, como o Iraque, levou a maioria dos judeus que falavam aramaico a migrar para lá. Contudo, a mudança para Israel levou o neo-aramaico judeu a ser substituído pelo hebraico moderno entre os filhos dos imigrantes. Na prática, a extinção de muitos dialetos judeus parece iminente.
Aramaico Moderno Oriental
O aramaico moderno oriental existe em uma ampla variedade de dialetos e línguas. Há uma diferença significante entre o aramaico falado por judeus, cristãos e mandeanos.
As línguas cristãs são chamadas frequentemente de siríaco moderno (ou neo-siríaco, especialmente no que se refere à sua literatura), sendo fortemente influenciado pela língua literária e litúrgica do siríaco médio. Entretanto, elas têm suas raízes em diversos dialetos aramaicos locais, que não foram escritos, e não são exclusivamente as descendentes diretas da língua de Efraim o Sírio.
O siríaco ocidental moderno (também chamado de neo-aramaico, estando entre o neo-aramaico ocidental e o neo-siríaco oriental) é representado geralmente pelo idioma turoyo, a língua de Tur Abdin. Um idioma aparentado, Mlahsô se extinguiu recentemente.
As línguas orientais cristãs (siríaco moderno oriental ou neo-aramaico oriental) são chamadas frequentemente de Sureth ou Suret, a partir de um nome nativo. São também chamadas às vezes de assírias ou caldéias, porém estes nomes não são aceitos por todos os nativos. Os dialetos não são todos mutuamente inteligíveis. As comunidades siríacos orientais geralmente são membros ou da Igreja Católica Caldéia ou da Igreja Assíria do Oriente.
As línguas judeo-aramaicas modernas são faladas principalmente em Israel hoje em dia, e a maioria delas estão entrando em extinção (os falantes mais antigos não estão passando a língua às gerações mais jovens). Os dialetos judeus que vieram de comunidades que viviam entre o lago Urmia e Mosul não são todos inteligíveis entre si. Em alguns lugares, como Urmia, cristãos e judeus falam dialetos incompreensíveis entre si do aramaico moderno oriental, embora habitem os mesmos lugares. Em outros, como nas planícies próximas a Mosul, por exemplo, os dialetos das duas comunidades são similares o bastante para permitir a interação.
Alguns poucos mandeanos que vivem na província do Khuzistão, no Irã, falam o mandaico moderno. É bem diferente de qualquer outro dialeto aramaico.
Aramaico Ocidental Moderno
Resta muito pouco do aramaico ocidental. Ele ainda é falado na vila cristã de Maalula, na Síria, e na vilas muçulmanas de Baca e Jubadin, no lado sírio do Anti-Líbano, assim como por algumas pessoas que migraram destas vilas para Damasco e outras grandes cidades da Síria. Todos os falantes de aramaico ocidental moderno são fluentes em árabe, que já se tornou o principal idioma nestas vilas.
2 comentários:
Oi! Seu trabalho é muito interessante! Qual gramática de aramaico você me indicaria?
Abraço
Shlama, Arthur, em portugues tem o site do www.targumin.com .br que vende um livro bem interessante de gramatica do aramaico biblico.
shlama
Nyu
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