Apesar de aparecerem diversas vezes na composição dos nomes, esses
dois nomes IA e EL revestem-se de um significado muito especial. Podíamos
traduzí-los como "Deus", mas essa não seria a realidade do significado dessas
palavras.
IA ou IAH e EL ou IL eram os nomes de divindades Assírio-Babilônicas e
originalmente tinham um significado muito especial para esse povo.
A palavra IA em sua forma moderna: ђia, significa VIDA e tem o mesmo
radical filológico de EVA (ђwa). Já a palavra EL ou IL, em sua forma moderna:
ђil significa ENERGIA.
Assim essas duas divindades na verdade indicavam o início do Universo
(Energia) e o início da Vida. Os povos Assírios e entre eles incluímos todos
aqueles que se utilizavam da língua Assíria, tinham a forte convicção de que o
deus primordial era todo Energia e de sua energia criou o Universo que nada mais
é do que a transformação ou manifestação da energia em matéria e vida.
É interessante notar que a palavra que indica o nome de Deus nas línguas
Semitas é a composição dessas duas, assim, temos:
ALÅHÅ (em Aramaico) = El + Iah
ALAH (em Árabe) = El + Iah
ELOHIM (em Hebraico) = El + Iah + im (im é indicação de plural).
Mais interessante ainda é observar que em Hebraico, a forma utilizada é
sempre plural, como se se referisse a dois deuses: EL e IAH, enquanto que os
Assírios utilizavam apenas IL e os Cananeus, IAH. Já os Arameus utilizavam
ALAHA querendo com isso significar que Deus é Energia e Vida juntas, porém
nunca na forma gramatical dual ( plural para par) ou plural (terminação IN ou
AIA), assim é que não se fala: ALÅHIN ou ALAHAIA mas sempre ALAHA e
isso, até hoje, nas regiões onde ainda se fala esse idioma (ver Apêndice 3) e nas
igrejas e congregações religiosas em que esse idioma é empregado como língua
sacra.
Os Israelitas e os Judeus, como tivessem importado esses termos,
utilizaram-nos no sentido politeísta, como se EL e IA (ou IAH) fossem deuses
isolados e, quando aos poucos foram se tornando henoteistas, também
amalgamaram ambos os termos num só, tal como os demais Semitas porém,
talvez, por lhes não ser original a idéia do henoteismo, ou mesmo do
monoteísmo, deram-lhe a forma gramatical plural e escreveram o Gênesis
chamando Deus por deuses: ELOHIM, sendo "im" a terminação plural
masculina, dando assim a impressão de se tratar de mais que um deus.
Ainda com relação ao nome de Deus, os judeus, a partir de seu retorno do
exílio da Babilônia, passaram a pronunciar a palavra ELOHIM como se estivesse
grafado ADONAI, alegando que ELOHIM é um termo impronunciável por ser o
nome do Altíssimo e não poderia ser proferido por lábios impuros como do ser
humano e com isso estariam invocando Deus por “Nosso Senhor”.
Ora, ADONAI gramaticalmente é um substantivo masculino plural com o
pronome possessivo indicador da primeira pessoa do plural. A forma singular
decomposta é:
ADON + i (adoni) que significa meu senhor; e ADONAI é a forma de “Meus
Senhores” (no plural). Talvez, a idéia de que ELOHIM sempre foi plural para os
judeus tenha suas raízes na influência das religiões do Egito que dominaram a
Palestina e Canaã diversas vezes e depois fosse reforçada pela influência dos
gregos e romanos, que como se sabe possuiam uma miríade de divindades e
semidivindades.
Fonte: http://www.igrejasiriansantamaria.org.br
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